quinta-feira, 22 de maio de 2008

O RAPAZ QUE TINHA UMA DÚVIDA

Era uma vez um Rapaz que tinha uma dúvida. O Rapaz não percebia por que motivo toda a gente crescida, mesmo os professores, só lhe faziam perguntas de que sabiam a resposta. Achava estranho, se sabiam porque lhe perguntavam? De vez em quando colocava esta questão às pessoas. Mais admirado ficava pois aquela gente, que tanto gostava de perguntar, não era capaz de responder. Um dia lá na escola, o Rapaz encontrou o Professor Velho, aquele que está na biblioteca e fala com os livros e também lhe mostrou a sua dúvida, “Professor velho, porque é que os adultos só fazem as perguntas de que sabem as respostas?”.
O Professor Velho ouviu, abriu um livro, ficou como que a escutar as letras e, naquela maneira de encantar, falou baixo.
Sabes Rapaz, muitos de nós, quando estamos a crescer, vamos desaprendendo de fazer perguntas e aprendemos a ter medo do que não sabemos. Por isso, quando achamos que devemos fazer perguntas, para não termos medo das respostas, pensamos primeiro nas respostas e fazemos depois as perguntas”.
“Mas Professor Velho, assim não vão aprender mais”.
“Pois não Rapaz, muitos adultos, sendo grandes, crescem pouco. Percebes?”
“Acho que sim, fiz uma pergunta de que não sabia a resposta. Estou a crescer”.
O Professor Velho riu e o Rapaz foi inventar novas perguntas de que não sabe a resposta.

2 comentários:

Anónimo disse...

Para que não haja dúvida os grandes avanços nasceram da própria "dúvida" e assim, se torna pertinente o "Dúvido , logo existo" de Descartes :)Sem medos em caso de dúvida pergunte! Já que a incerteza conduz ao conhecimento, quando factos incertos se tornam certos ou quase certos.

Elfrida Matela disse...

Desta vez não consigo concordar inteiramente com o Professor Velho, pelo menos no que diz respeito aos professores. Como podem estes saber se um aluno entendeu o que lhe pretenderam transmitir, se não perguntarem? E aí os professores perguntam, porque efectivamente não sabem se o aluno interiozou bem o conhecimento. Eles não sabem. Por isso, perguntam. Poderão testá-lo talvez de outra forma, mas a pergunta estará sempre implícita.