sexta-feira, 11 de abril de 2008

O GATO ARREDIO

Era uma vez um gato. Como todos os gatos era muito independente e este gostava ainda mais que os outros de se sentir independente. Pensava para consigo que não queria precisar de ninguém e não queria que ninguém precisasse dele. Assim, quando conhecia alguém de novo, gato ou pessoa, tentava não se aproximar muito para não correr o risco de ficar a gostar, ele dizia precisar. Também se esforçava, achava ele, para que quem de novo aparecesse não ficasse a gostar dele, precisar como ele pensava.
Um dia, daqueles dias frios e com chuva, o gato olhou para dentro e viu uma solidão muito grande, maior que ele, e de fora ninguém se aproximava para tentar entrar. Sentiu-se o gato mais infeliz do mundo.
Há muitas pessoas assim, com medo de gostar dos outros e com medo de deixar os outros gostarem. Fazem da sua vida uma espécie de jogo infantil do “toca e foge”. Um dia deixam de tocar e já não precisam de fugir. Ninguém vem atrás.

1 comentário:

Anónimo disse...

Nenhum GATO ou ser HUMANO pode ter quanto deseja ou ser como gostaria nesta sua vida única terrestre, só talvez SONHANDO!

Saudações