quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

ESTADO SOCIAL, COMO NÃO?

Segundo o relatório Destaque ontem divulgado pelo INE, link em baixo, a taxa de risco de pobreza baixou 1% de 2005 para 2006, o que corresponde a 18%. Uma análise um pouco mais fina permite perceber que as mais altas taxas de risco de pobreza são de famílias monoparentais, 41%, de pessoas sós com mais de 65 anos, 40% e de famílias com mais de duas crianças, 38%. Estes valores como pode verificar-se são mais de duas vezes superiores ao da população total. Mantém-se o enorme fosso entre a população com rendimentos mais elevados e os mais favorecidos, ou seja, os primeiros auferem 6,8 vezes mais que a população com rendimentos mais baixos.
Se for considerado apenas o rendimento obtido pelo trabalho, capital e transferências privadas, o risco médio de pobreza para a população portuguesa seria de 40%, um número impressionante. Se acrescentarmos as pensões de reforma e sobrevivência a taxa de risco passa para 25% e se for acrescentado o rendimento de transferências sociais que envolvem doença, incapacidade, apoio à família, desemprego e inserção social, a taxa de risco baixa para 18%, isto é, as transferências sociais têm um impacto de 7% na taxa de risco de pobreza. Neste quadro, tenho dificuldade em entender como por vezes se discute o estado social, se defende a minimização do papel do estado na área social e se contestam políticas sociais que podem, devem, ser discutidas nos seus conteúdos e processos, mas não na sua necessidade.
http://www.ine.pt/portal/page/portal/PORTAL_INE/Destaques?DESTAQUESdest_boui=11230479&DESTAQUESmodo=2

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